quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vó Maí

A minha avó Maí, como eu já disse é calminha. Calminha até demais, eu diria. Já meu pai acharia essa descrição injusta.
Minha avó nasceu para ser rainha, pena que não descobriram seu taleto na época certa.
Tentem imaginar: Nasce uma menina em 1930 em uma cidade do interior de Minas Gerais (sim, Juiz de Fora naquela época era apenas uma pequena cidade do interior), ainda menina foi estudar em um colégio feminino interno e católico. Tudo tinha sua hora, e a palmatória e o milho para ajoelhar estavam ali para lembrar às rebeldes quem mandava no colégio - as freiras.
Ingles, francês e latim faziam parte do curriculo obrigatório do colégio. Notas baixas? Só se alguma aluna não quisesse visitar os pais e os irmãos nos finais de semana e feriado.
Com essa educação, minha avó aprendeu a viver sem um closet cheio de roupas, estabeleceu inúmeras regras sobre o lixo e a higiene da casa, casou-se com um médico e todos da família diziam que ela era rigorosa demais com a educação dos filhos.
Agora vem a pergunta: "Mas com tantas regras, eu conseguia me divertir na casa dela?" mas na verdade a pergunta mais apropriada é "Você seguia alguma regra?" e eu te respondo "Nenhuma!!".

E foi sempre assim, pintavamos e bordavamos e a Vó Maí achava tudo uma gracinha.

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